segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ufersa define matrículas dos selecionados na lista de espera

  
ufersa_2Os candidatos relacionados na lista de espera do SiSU para ingresso na Universidade Federal Rural do Semi-Árido estão sendo convocados para participarem da reunião e efetivação da matrícula dos classificados. A reunião vai acontecer no campus da UFERSA no qual o candidato se inscreveu para a lista de espera. Os candidatos devem ficar atentos à data e horários da reunião e devem chegar ao local com antecedência mínima de 30 minutos. Após o horário marcado não será possível à entrada do candidato no recinto da reunião. Foram convocados para a reunião os candidatos relacionados na Lista de Espera cuja classificação esteja dentro do limite de três vezes o número de vagas disponíveis. "É obrigatória à presença do candidato ou representante legal mediante procuração", frisa o pró-reitor de Graduação, professor Augusto Carlos Pavão. O pró-reitor alerta ainda para o horário da reunião afirmando que "a porta será fechada exatamente no horário divulgado não sendo permitida a entrada após o horário".
O professor explica que durante a reunião será efetuada a chamada nominal dos candidatos inscritos na Lista de Espera pela ordem decrescente da nota obtida no ENEM 2011 para a efetivação da matrícula. "Todas as vagas disponíveis pelo SiSU serão preenchidas", afirma Augusto Pavão. Os candidatos que não comparecerem a reunião ou que não apresentarem a documentação exigida serão excluídos da Lista de Espera e perderão o direito de concorrer as vagas.
MOSSORÓ – Na UFERSA Mossoró a reunião vai acontecer no Auditório Amâncio Ramalho, localizado no Prédio da Reitoria, no Campus Leste, nos horários manhã e tarde, de acordo com o curso do candidato. Na quarta-feira, 29 de agosto, pela manhã, para os classificados nos cursos Bacharelado em Ciência e Tecnologia Integral e no Bacharelado em Ciência e Tecnologia Noturno. Já à tarde, às 14h, a reunião é para os candidatos selecionados para os cursos de Administração, Agronomia, Ciência da Computação, Ciências Contábeis e Direito.
Já na quinta-feira, 30 de agosto, às 8h da manhã, a reunião é para os candidatos selecionados nos cursos de Biotecnologia, Ecologia, Engenharia Agrícola e Ambiental, Engenharia de Pesca, Engenharia Florestal, Medicina Veterinária e Zootecnia.
ANGICOS – No campus da UFERSA Angicos a reunião vai acontecer na próxima quarta-feira, 29 de fevereiro, no Auditório do Prédio Administrativo, às 14h, para os cursos de Ciência e Tecnologia Noturno, Ciência e Tecnologia Diurno, Licenciatura em Computação e Informática, e Sistemas de Informação. O Campus Angicos fica localizado na Rua Gamaliel Martins Bezerra, S/N. Alto da Alegria. Angicos-RN. Fone (84) 3531-2549. 9408-0245/ 9175-3458.
CARAÚBAS – No Campus da UFERSA Caraúbas a reunião vai acontecer também na próxima quarta-feira, 29 de agosto, na Escola Estadual Lourenço Gurgel. Para os candidatos do curso Bacharelado em Ciência e Tecnologia Integral, a reunião será às 8h da manha. Já para os candidatos do curso Bacharelado em Ciência e Tecnologia Noturno, a reunião será às 14h. A Escola Estadual Lourenço Gurgel, fica na Rua Valdeci Gurgel, 365, Centro, Caraúbas.
PAU DOS FERROS – Na UFERSA Pau dos Ferros, que funciona interinamente no IF Pau dos Ferros, a reunião vai acontecer auditório Ariano Suassuna, na quarta-feira, dia 29, a partir das 14h, para os candidatos selecionados para o curso Bacharelado de Ciência e Tecnologia Noturno e, na quinta-feira, dia 30, às 8h da manhã, para os selecionados no Bacharelado de Ciência e Tecnologia Integral. O IF Pau dos Ferros fica localizado na BR 405, KM 154, Bairro Chico Cajá, Pau dos Ferros.
DOCUMENTOS – Para a matrícula os candidatos classificados devem apresentar a Carteira de Identidade, CPF, Certidão de Nascimento ou de Casamento, Título de Eleitor, Comprovante de Quitação Militar, Histórico Escolar do Ensino Médio e duas fotografia 3x4 iguais e recentes.
Confira AQUI a Lista de Espera.
Tribuna do Norte

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Apesar de crescer nos anos iniciais, Ideb preocupa no final do fundamental e no ensino médio

Nesta terça-feira (14), o MEC divulgou o "boletim" da educação brasileira. O resultado, apesar do crescimento em todos os ciclos avaliados, ainda é preocupante pois demonstra que a qualidade do ensino avançou pouco em termos educacionais.

As notas dos anos finais (5º-9º anos) do ensino fundamental (4,1) e do ensino médio (3,7) cresceram apenas 0,1.
“Nos anos finais, também superamos a meta. Continua uma trajetória de crescimento consistente, é um resultado bastante significativo, mas não teve a mesma  velocidade dos anos iniciais”, afirmou o ministro Aloizio Mercadante (Educação) em coletiva na tarde desta terça (14).

Ideb 2011 - Brasil

Índice Meta
1º-4º ano fundamental 5,0 4,6
5º-9º ano fundamental 4,1 3,9
Ensino médio 3,7 3,7
Em 2011, os anos finais “tiraram” 4,1, contra 4,0 em 2009, 3,8 em 2007 e 3,5 em 2005. Ou seja: a cada etapa, a nota tem crescido menos. Mesmo assim, em 2011, a etapa cumpriu a meta, que era de 3,9.
Em 2009, o Ideb para o ensino médio foi de 3,6, apenas 0,1 acima da meta daquele ano (que era 3,5). Em 2011, o resultado foi exatamente igual à projeção. Se continuar nesse ritmo, dificilmente o ensino médio conseguirá escapar da “reprovação” na avaliação de 2013, quando precisará ter crescido 0,2 ponto e chegar a 3,9.
O ciclo que manteve o ritmo foi fundamental 1: 0,4 ponto. A nota nos anos iniciais (1º - 4º anos) chegou a 5, numa escala de zero a dez - na última edição, em 2009, a nota tinha sido 4,6.
"O crescimento é muito pequeno", afirma Romualdo Portela de Oliveira, pesquisador e professor da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo). Segundo ele, há dois fatores que precisam ser levados em conta na análise dos dados e que minimizam a importância desse aumento no Ideb. O primeiro deles é que as condições sócio-econômicas dos alunos influenciam "fortemente" os resultados e a economia do país cresceu nos últimos anos. E, depois, à medida que o Ideb se torna conhecido e ganha importância, a tendência é que a atenção sobre ele ajude a melhorar os resultados das escolas.

Ensino médio

O ensino médio ainda se mostra a etapa mais crítica. “O ensino médio sofre de carências que vêm se acumulando, principalmente com a população mais pobre. A falta de um padrão mínimo de qualidade também atinge essa etapa escolar”, afirmou Luiz Araújo, colaborador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
Os resultados do ensino médio mostram que nove Estados tiveram redução das notas: Acre, Maranhão, Espírito Santo, Pará, Alagoas, Paraná, Paraíba, Bahia e Rio Grande do Sul. Em 2009, a diminuição das notas foi verificada apenas em Roraima e no Distrito Federal.
A diretora-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, é enfática: “o Brasil não consegue avançar [nessa etapa]”, lembrando que há avanços a serem comemorados nos anos iniciais.
Para Romualdo Portela Oliveira, as notas do ensino médio, assim como as dos anos finais do fundamental, "evidenciam problemas acumulados, não necessariamente nessas duas etapas". Caso contrário, o progresso visto nos anos iniciais deveriam aparecer também nessas etapas de ensino.

Fundamental 2, o "nó invisível"

Para Priscila Cruz, os últimos anos do ensino fundamental são a etapa mais desassistida. Segundo ela, existe uma crise de identidade porque nem é exclusivamente municipal, nem é exclusivamente estadual como é o caso dos fundamental 1 (predominantemente municipal) e do ensino médio (que é estadual, em sua maioria).
“[Essa etapa] é o nó invisível: a evasão se intensifica, a repetência aumenta e ganho de conhecimento perde fôlego”, afirma Priscila. “[O fundamental 2] está espremido, a gente tem que dar uma atenção especial à essa etapa.”
Segundo ela, não se pode esperar um movimento natural de crescimento como resultado das boas notas dos anos iniciais. “Se não tiver políticas específicas para essa etapa, [ela vai acabar] barrando crescimento do fundamental 1”, diz.

 O que é o Ideb

O Ideb mede a qualidade da educação no Brasil por meio da combinação do nível de conhecimento dos estudantes com a porcentagem de aprovação dos alunos. Ele é calculado e divulgado a cada dois anos.
Font. Portal UOL

sábado, 11 de agosto de 2012


É a educação, ministro!

Muniz Sodre
Simbologia. Os protestos são, no fundo, uma demanda por diálogo público. Foto: Gustavo Moreno/D. A. Press
Greve de professor é mesmo greve? A quem se dispuser a refletir sobre a questão, é aconselhável pesquisar o pragmatismo americano, que atribui grande importância à terminologia como vetor de consolidação ou de mudança ideológica na vida social. Veja-se greve: no contexto semântico do neoliberalismo e na mentalidade seduzida pelo “capitalismo cognitivo”, registra-se uma tendência nada sutil para expurgar da História contemporânea essa palavra.
Primeiro, argumenta-se que, para determinadas atividades, como a educação, não “existe” greve porque a interrupção do trabalho não prejudicaria realmente o empregador. Segundo, no caso do operariado, a greve prejudica a produção, sim, mas seria um instrumento típico do regime fordista de trabalho, logo, anacrônico. A falácia desse tipo de argumentação está em supor a universalidade de categorias hipermodernas, como o “capital humano” (a criação de valor não pela força de trabalho externa ao trabalhador, e sim pelo seu saber vivo, dito “imaterial”), fruto do capitalismo cognitivo, supostamente emergente e virtuoso em todos os rincões do planeta.
Nada disso é falso, mas tudo isso, colocado apenas dessa maneira, esconde alguns fatos importantes. Por exemplo, o capital dito humano mantém a sociedade dependente da “velha” produção material e, não raro, em regimes historicamente regressivos. Outro: a flexibilidade do contrato de trabalho, um dos aspectos emergentes desse processo, contribui para que empresa e produção de riquezas deixem de ser mediadas pelas formas clássicas de trabalho.


A greve é um mecanismo clássico de luta operária, porém, o seu sentido vem sendo reposto na História pelos movimentos sociais em prol não apenas dos direitos trabalhistas, mas também dos direitos civis e dos direitos sociais (educação, saúde). A própria legislação (Consolidação das Leis do Trabalho) reconhece que a palavra greve refere-se, por extensão, à interrupção coletiva e voluntária de qualquer atividade, remunerada ou não, para protestar contra algo. Nada impede que se faça greve até mesmo pelo direito de trabalhar, quando essa atividade estiver ameaçada em sua dignidade ou na possibilidade de sua continuação.
A greve atual dos professores das universidades federais, com quase três meses de duração, insere-se nesse quadro amplo, de muitos aspectos. Comecemos pelo aspecto macroeconômico. Um estudo da Fundação Getulio Vargas mostra que um dos fatores para a atual ascensão da baixa classe média foi a universalização do ensino fundamental a partir dos anos 1990. Estima-se que a continuidade da mobilidade social dependerá do cumprimento das metas de educação.
O problema é que a educação comparece no discurso oficial como uma reles peça orçamentária, mensurável apenas por estatísticas de matrículas, avaliações e recursos. Deixa-se de lado o essencial em todo e qualquer processo educacional, ou seja, o professor e seus históricos fronts republicanos – cultura, pedagogia e democracia. Sem a formulação de projetos político-pedagógicos em níveis nacionais, vê-se prosperar uma subcultura avaliativa, decorrência lógica da presença de tecnoburocratas, em vez de pedagogos e pensadores, na esfera clássica da educação.
É essa subcultura, aliás, que alimenta as organizações internacionais (OCDE, Banco Mundial, Comissão Europeia) empenhadas na constituição de um mercado mundial da educação. Ainda assim, o discurso globalista consegue estar à frente da parolagem governamental, onde a palavra educação circula como um fetiche economicista. Mesmo apoiado no limitado escopo empresarial do capital humano, o discurso globalista não abre mão da valorização do professor.
A valorização republicana do professor dá-se pelo reconhecimento público de sua estabilidade institucional no quadro do Estado. Este é o ponto central do movimento grevista em curso: um novo plano de carreira e um salário sem os “penduricalhos” instáveis, obtidos ao longo de anos de lutas. O reajuste salarial está atrelado a esse plano, sintomaticamente rejeitado pelo atual governo: “A reestruturação das carreiras já ocorreu no governo Lula e agora mudou a política, numa situação agravada pela crise”.
Mas que mudança política? Que crise? Que agravamento? Estas palavras não aparecem nos discursos oficiais sobre os preparativos para a Copa do Mundo ou para as Olimpíadas. Num país que dispõe (neste mês de agosto) de 376 bilhões de dólares em reservas, paga em dia a dívida externa e é credor do Fundo Monetário Internacional, não se podem invocar os álibis da crise mundial e seu agravamento, mesmo com a redução do PIB.
Não se trata realmente de falta de fundos, mas de falta do bom-senso necessário a uma mudança de mentalidade em favor da ampliação das políticas sociais, com vistas à transformação da educação e da saúde públicas. O cuidado é outro, como reverbera o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho: “Temos de nos preocupar muito com o emprego daqueles que não têm estabilidade. Então, toda a nossa sobra fiscal estamos procurando empregar para estimular a indústria, a agricultura, o comércio e os serviços, porque esses nos preocupam mais”.
Em outras palavras, a iniciativa privada gera riqueza, logo, paga impostos que arcam com o custo das políticas sociais. Isto é o que a retórica chama de “paralogismo da indução defeituosa”, e nós chamamos de pérola da simplificação neoliberal. Defeito: o porta-voz deixa de dizer que, quando uma empresa qualquer contrata um profissional qualificado, está incorporando um “ativo” que custou anos de “ativos” familiares ou estatais para a sua formação. Onde o neoliberal diz “custo” leia-se “investimento em infraestrutura”. A terminologia proativa explica: “É a educação, Carvalho!”
“Mas temos todo o respeito pelos servidores”, ressalvou o ministro. Por que então não dialogar com todos os seus órgãos de classe? Respeitar é não discriminar. O plano de carreira, por exemplo, é matéria controvertida entre os próprios professores: tem laivos corporativistas, passa ao largo do problema da padronização salarial que impede a contratação de cérebros estrangeiros. Greve é hoje demanda de diálogo público. Mas no vazio da representatividade inexiste diálogo, já que voz nenhuma se reproduz no vácuo.
Por tudo isso, no momento em que o fantasma do neoliberal Milton Friedman reaparece nos jornais, é admissível pensar que esta greve dos professores universitários tem algo de pedagógico numa sociedade de fraca participação coletiva, mobilizada apenas pela novela das 8: uma aula pública de indignação diante da hipocrisia oficial para com a educação e um apelo à mobilização da sociedade como um todo.
*Professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro e escritor.